sexta-feira, 9 de julho de 2010

Recordar é viver.......

Há quase um ano atrás, escrevi minhas primeiras linhas nesse meu diário virtual.
......e de lá para cá muita coisa mudou, e por isso não escrevi mais. Hoje porém meio sem querer acabei abrindo-o e a vontade voltou.
Quando comecei, estava em crise comigo mesma, me sentindo só, e com uma enorme necessidade de ser notada por alguém, tinha acabado de sair do serviço para ser mãe e dona de casa em tempo integral.
Mas ai, fiz um curso comecei a trabalhar novamente e tudo mudou, mudou minha situação, minhas opiniões e até meu jeito de ver as coisas.
Estou prestes a completar 29 anos, me sinto bem por isso, muito mais madura, segura de si, e aprendi a me valorizar sem precisar da opinião de ninguém.
Na verdade essa foi minha grande vitória, eu me redescobri.
Reencontrei em mim, sonhos, valores, qualidades, objetivos, desejos e opiniões que eu achava não existir mais.
Hoje sinto uma vontade enorme de viver, de aprender, de saber, de ter uma identidade, de defender minha opiniões, e lutar por minha felicidade.
E é ai que está a diferença, acho que estava deixando essa tarefa "ser feliz" em mãos alheias, sendo que isso só depende de mim.
Hoje me sinto mais mulher, mais bonita, mais segura, interessante e mais decidida também. Confesso que ainda esbarro, e as vezes sou barrada pela função mãe-dona de casa, e hoje esse é o meu grande desafio, conquistar meu ideais conciliando-os com minha família.
Estou a todo momento, pensando em desistir novamente, em lagar tudo, para me dedicar a minha filhas e ao contexto que existe entorno delas, mas hoje como prova da minha mudança, eu não consigo, não tão fácil como faria anteriormente.
Estou sofrendo muito com isso, mas até isso melhorou, já não choro mais como antes, só as vezes, algumas lágrimas teimosas não me deixam sossegada.
Na verdade o que eu queria , eram respostas, sei que filhos não vem com manual, e nem há uma receita infalível de como educa-los e ser bem sucedida como mãe. Mas tudo o que eu precisava era de alguém que me dissesse o que fazer, alguém que já viveu algo parecido com o que eu vivo, e que tenha respostas, para me dar. Mesmo sabendo que o que é bom para mim , nem sempre será para você, eu teria a história de vida de alguém para me basear e assim talvez conseguir decidir algo.
Hoje em dia passo 14 horas fora de casa, poderia até ir trabalhar em algo com uma carga horária menor, mas tenho medo de não ser tão satisfatório como é para mim o meu serviço hoje.
Eu descobri uma nova profissão que jamais pensei em seguir, mas que mudou totalmente o meu jeito de pensar, e talvez por isso eu goste tanto.
Eu tinha perdido a vontade de estudar, de crescer, de me valorizar profissinalmente, mas depois de quase 6 meses de curso, isso tudo mudou.
Eu disse uma vez que conhecimento vicia e o único remédio e aprender cada vez mais. é alimentar esse vicio de saber que nos tira da ignorância e nos leva a um mundo além das verdades que preferimos acreditar por ser mais conveniente.
A um ano atrás tudo que queria era cuidar da minha casa e das minha filhas, ser uma boa dona d e casa e ganhar um dinheirinho para ajudar no orçamento.
Mas essa nova Alessandra que escreve agora, tem uma visão distante, enxerga no horizonte cursos, qualificação, diplomas, e até mesmo uma faculdade.
Quem diria, eu falando isso?
Mas é a verdade quero muito aprender, estudar conhecer, e aperfeiçoar cada vez mais, me destacar pela minha capacidade, porque isso eu tenho muita.
E o que é melhor, hoje em dia eu não preciso que ninguém enxergue ou me fale isso. Eu tenho certeza que sou capaz e essa auto confiança conquistada, ninguém me tira mais, só se eu deixar, ma s para eu ter forças para mantê-la, eu preciso alimenta-la .
E mais uma vez esbarro no mãe-dona de casa, já fico muito tempo fora de casa, se eu for ficar mais ainda, vou ir em casa dormir, e verei minhas lindas meninas, só no finais de semana.
Socorro!!!!!!!!!!
Não sei como agir, se penso nelas ou em mim.
Queria ser uma mãe quase perfeita, porque sei que perfeita nenhuma consegue, queria estar em casa cuidando delas agora, do uniforme, da alimentação e tudo mais. Mas por outro lado também quero muito que elas tenham orgulho de mim, "minha mãe é, ela fez, ela conseguiu"
quero ser exemplo para elas, de uma mulher guerreira e vitoriosa. Mas também sei o quanto minha presença é importante para elas. Sei o quanto elas sentem a minha falta, e sofro muito com isso por tentar estar presente dando atenção e carinho e não conseguir, não o suficiente.
.....É isso ai..... hoje mais madura, mais segura, mais independente, mais mulher........... mas com uma enorme dúvida, vivo para mim ou para minhas filhas?
Vale a pena sacrifica-las por um período que parece ser pequeno, mas que jamais irei recupera-lo?
Ou abro mão dos meus sonhos, digo abro mão de mim para viver a vida delas?
Talvez com tempo, quando elas não precisarem tanto da minha presença, eu consiga reaver meus desejos, e dedicar me a mim. Mas também pode ser tarde de mais, pode ser que minha época tenha passado, e que por mais que eu consiga fazer cursos e crescer profissionalmente, e assim pessoalmente também, isso não surta mais o efeito que teria hoje.
Infelizmente vivemos em uma sociedade de aparências, onde a juventude abre muitas portas que a experiência não.
Eu só queria respostas...............

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